Quem sou? Se um forte a sustentar o mundo Se um fraco a aguentar calado Se um divino a arrebatar estranhos Se um humano a simular naufrágio Sou quase estrangeiro em meu ninho Sou quase limite em desaforo Se caio, reponho-me em resistência Nos pés em areia me desfaço em perdição Se sofro, alieno-me em […]
Autor: Luciano Bueno Duran
Heróis
Meus heróis me fazem voar
Estender os braços
Esquecer os passos
Saltar sem laços
E tocar os céus
Livre e destemido
Sem destino
Como um fino desenho
Em um papel
Jamais
Nunca antes
Nem porém
Nem parte de
Nem onde além
Jamais provindo
Relicário místico
Que redime o ardor
Com elevado torpor
Penumbra
Avanço à penumbra crua
Da luz de pouca intensidade
E profunda
Sou o zelo do meu terror
O medo seguro é meu motor
E saio como raio
Sedendo enjoos
Avistando telhados
Suprimindo risos
Reflexos Tardios
Reflexos tardios Movimentos repetitivos Nada se cria, em mitos No imprevisto, tudo se transforma E no fim do dia Quando a tempestade limpa a cidade Destacando o brilho Onde antes era impureza Realçando a bondade Em casa gesto de avareza Os homens saem às ruas de cara lavada Prontos para usarem novos colírios De velhas […]
Abstraia-se
A cidade te cerca, te aprisiona, Limita tua vista, tua lida, o que acredita A cidade te ilumina, Em meio a tantas cores, dores e amores Você se esvai no ar ou paga pelo seu inconformismo E quase sempre sozinho se revela bem mais que isso Você é os seus fantasmas, suas vozes ocultas Sua mística […]
Água & Pasto
Chegue mais perto Se aproxima enquanto a palavra se apodera da rima Não se estranhe, não é deslize Seja o insisto um verbo calado ou outra via de algo não conjugado Seja meus olhos a te percorrer com receio da solidão recente Enquanto ainda pensava no sabor delicado de seu lábio ardente Hamburguer Artesanal com […]
Cidades
Ainda posso me espreguiçar na sombra Fazer alvoroço com qualquer coisa. A prisão me faz um ser banido, portanto, restrito. A liberdade é um sonho tolo Que me dá responsabilidade maior Do que a vida que estou regrado. Afinal, tanto árduo trabalho merece uma esmola bem dada Tatuapé – SP Arranha-céu Tatuí – SP Jundiaí […]
Solitude
Não posso ser um viajante mudo, Extraído das sombras como um espinho de suas rosas, Não posso ser um passado renascido, Exposto agora pela lembrança e o quê aflora, Não sou apenas carne, Vagando pelo tempo renomeado saudade, Nem espírito, alma solta ao acaso, Sem pena em qualquer penalidade, Avise ao arbítrio que livre já […]
Janelas
Eu me perco nas muitas figuras que invento Também atento me perder em todas as curvas que acaricio Sob sua pele, minhas mãos descansam E te percorrem quando da vida preferir a sorte A pele se redime ao toque e aflora em arrepios intensos Sob as sombras desse céu cinzento