Da luz de pouca intensidade
E profunda
Sou o zelo do meu terror
O medo seguro é meu motor
E saio como raio
Sedendo enjôos
Avistando telhados
Suprimindo risos
Avanço à penumbra crua
Antes só, cuja solidão latente
É preciosa
Tenho meu próprio encanto
A natureza do belo é meu deleite
Subo montanhas
Encaro colinas
Vejo e me aquieto
Avanço à penumbra crua
A vida não é só a cura
Difusa
Sou a solidão mórbida
Sem abrigo ou abraço amigo
Por isso, acredito
Na crença do homem tolo
No sincericídio
Nos poemas que grito
Avanço à penumbra crua
Sem medir virtudes e vícios
Legítimos
Tenho minhas ideias serenas
Nada tão comovente como antes
Pois na sombra que se evidencia
Estar só ou juntos
São aportes ao mesmo pecado moribundo
Avanço à penumbra crua
Agora, a bruma me toma
Sereno
Encaixo toda vida à revelia
Sentindo o infinito em alívio
Das retas tediosas
Das curvas assombrosas
Alimento-me da bruma em minha face
Enquanto a luz se dissolve na própria tarde
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